A senhora e a garota | Texto número I

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     Fazia muito calor, elas duas estavam em uma tranquila pracinha perto de uma padaria que enchia o ambiente de diferentes odores. A primeira das duas é uma senhora, baixa com cabelos grisalhos e pele enrugada. A senhora observava uma garota que se encontrava sentada em um banco distante na praça, do ângulo em que ela estava não se podia ver sua face, apenas os compridos cabelos lisos em um tom no qual nunca tinha visto, era uma mistura de loiro com castanho, eles eram de tirar o fôlego.
     A senhora não tirava os olhos da garota por nada, seus olhos estavam vidrados na mesma. Ela parecia querer ir até ela, mas hesitava todo momento que a ideia lhe vinha na cabeça. A senhora pareceu respirar fundo e tomou coragem, caminhou até a garota de longas madeixas. 
     Seus passos eram curtos, prolongados por longas pausas, demorou um bocado para chegar perto da garota e por mais que a caminhada tenha sido curta, sua respiração era pesada.
     A menina continuava de costas para a senhora, parecia estar vagando em seu próprio mundo, nem notou a presença da grisalha ao seu lado no banco. 
     — O dia está bonito, não concorda? — Perguntou a senhora, que agora parecia leve e calma comparada a alguns minutos atrás. 
     Finalmente a moça mostrou seu rosto, era tão indescritível quanto a cor de seus cabelos. A velha parou de respirar por um momento ao olhar a face da garota. Ela não era nem bonita, nem feia. Tinha uma pele branca, lábios rosados e incríveis olhos pretos que contrastavam muito bem com a sua pele branca como leite, ela sorriu sem mostrar os dentes e disse: 
    — Sim, um dia agradável. — Ela olhou para a senhora com certa curiosidade estampada no rosto, pareceu notar a falha na compostura da velha ao olhar o seu rosto.
     — Eu notei que você estava bem pensativa antes de que eu interrompesse seu desvaneio. Sobre o que pensava? — A senhora perguntou, seu olhar mostrava que já sabia a resposta. 
     — Ah, eu sonhava! Sonhava com um amor verdadeiro, com sucesso, eu sonhava em ser feliz! — Exclamou a garota que logo após corou por tamanho entusiasmo em sua fala.
     A senhora sorriu, mas não sorriu com os olhos, eles mostravam tristeza, até... pena da jovem a sua frente. 
    — Minha querida, não sonhe tanto, sonhos alimentam esperanças e não devemos alimentar algo que não existe. Pense a respeito e nunca se esqueça disso. - Disse a senhora com urgência no olhar. 
     A jovem olhou para os pés, com um misto de curiosidade pelo que a senhora lhe havia dito e pela vergonha de compartilhar seus sonhos com uma mera desconhecida. Mas ela sentia como se já se conhecessem a anos! A senhora lhe passava tranquilidade e companheirismo, ela parecia realmente estar preocupada com a garota. 
     — Sobre o que... — Ao levantar os olhos notou que a senhora não estava mais ali, levantou do banco e olhou ao redor e não a encontrou. "Como ela pode sumir tão rápido?" pensou a menina. 
     Sentou-se novamente no banco e pensou a repeito do que a mulher havia lhe dito. Refez a cena na sua cabeça e ainda se questionava o porque da senhora lhe parecer tão familiar. Foi neste momento que lembrou dos olhos da velha, pretos como a noite, exatamente como os seus. 

 

Olá, como vão? Sim, eu decidi colocar a introdução aqui em baixo, haha! Muito bem, este é o primeiro texto que faço e estou com muita vergonha de ter postado ele aqui no blog. Eu quero pedir para que opinem sobre ele aqui nos comentários, o que ficou bom e o que eu tenho que melhorar. Algumas palavras ficaram muito repetitivas e quero mudar, mas não consigo mexer em mais nada. Espero de coração que tenham gostado do texto, eu preparei ele com maior carinho. 

Um abraço, Clara